Natureza e Excelência - II
“A Confraria do Rosário foi instituída para levar um grande número de fiéis, unidos por laços de caridade fraterna, a louvar a Santíssima Virgem, e obter sua proteção, por meio duma oração unânime, e empregando a piedosíssima fórmula do Rosário, donde essa associação tirou seu nome”.
Esta definição é de Leão XIII, em sua Constituição “Ubi primum”, na qual ele publica as indulgências e privilégios da Confraria, (10 de outubro de 1898).
Todas as palavras deste texto mereceriam largos comentários. Notemos apenas o seguinte:
1º ─ A Confraria do Rosário não se destina a pouca gente, ou às elites apenas, mas a um “grande número de fiéis”, de qualquer condição, idade ou sexo.
2º ─ Os confrades são “unidos por laços de caridade fraterna”, e tão fraterna mesmo, que todos os bens espirituais, isto é, os merecimentos de todos e cada um dos confrades formam um capital único, uma massa comum na qual cada um participa, como adiante explicaremos.
3º ─ O duplo fim da Confraria é “louvar a Santíssima Virgem, e obter o seu patrocínio”. Não há católico a quem não agrade profundamente tal finalidade; pois todo católico sabe que o seu louvor a Maria nunca será suficiente: “de Maria nunquam satis” (S. Bernardo); e sabe que nunca poderá dispensar o seu patrocínio, porque Ela foi feita Medianeira de todas as graças.
4º ─ A Confraria leva os fiéis a fazer uma “oração unânime”, precisamente como Jesus queria: “Onde dois ou três se reúnem em meu nome, estou no meio deles; meu Pai os ouvirá”. Mas é uma oração unânime em grande escala, que se espalha pelo mundo inteiro, e não só nas igrejas, mas em qualquer lugar, principalmente no seio das famílias.
5º ─ O louvor e a prece se encontram maravilhosamente unidos sobre os lábios dos fiéis, pela “piedosíssima fórmula” do Rosário. Bem diz o santo Padre, “piedosíssima”, porque, se fosse apenas uma fórmula, o Rosário não mereceria tanta consideração; mas ele é o louvor e a prece da nossa piedade filial, de filhos de Deus e filhos de Virgem Mãe.
Basta, pois, esta definição de Leão XIII, para salientar a excelência da Confraria do Rosário, e concebe-se facilmente que muitos Papas antes dele, e todos os seus grandes Sucessores tenham manifestado verdadeiro entusiasmo por ela.