Recitação do Rosário - V
1 – Que se deve saber a respeito da recitação vocal do Rosário?
Até aqui já se falou, e bastante, sobre os seguintes pontos:
– Quais as orações vocais que compreende o Rosário.
– Por que se rezam sempre as mesmas orações.
– Que elas são elemento essencial do Rosário, embora secundário.
– Como se pode harmonizar facilmente a contemplação ou meditação dos Mistérios e a recitação vocal das oraçãos do Rosário (Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória).
Convém, no entanto, fazer algumas reflexões sobre:
– A prática da recitação vocal.
– A inteligência ou compreensão das orações vocais.
– E, finalmente, a disposição com que se deve proceder à reza do Rosário ou do Terço. São o tema deste capítulo e seguintes.
2 – Que se necessita saber para que, de fato a reza do Rosário, no seu aspecto de oração vocal, resulte frutuosa?
A resposta a esta pergunta pode resumir-se nos seguintes pontos:
a) – Saber e pronunciar bem, com exatidão e sentido as orações do Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória-ao-Pai, repetindo-as ordenadamente e metodicamente, o número exato de vezes, segundo indicam as contas do Terço ou do Rosário.
b) – Rezá-las pausadamente a fim de haver lugar para a meditação, ainda que se tenha que dividir, se for necessário, os Mistérios e até Ave-Marias para continuar em momento mais oportuno e conveniente. Importa muito não cair na precipitação ou em repetições inúteis que só inutilizam a oração.
c) – Rezar em lugar digno e com a devida compostura. Lugar digno pode ser a igreja, o transporte público, o carro, o campo, a casa e lugares semelhantes. Todo o lugar em que podemos recolher e concentrar, se pode considerar lugar digno para se rezar o Rosário.
d) – Na medida do possível, não se deve misturar a recitação do Rosário com outras ocupações a não ser que as ocupações, como certos trabalhos, nos permitam rezar e trabalhar ao mesmo tempo. Devemos evitar, sobretudo, querer rezar o terço ou o Rosário e dar atenção a ocupações que vão dificultar a oração e a meditação. Apesar das dificuldades, sempre é melhor rezar do que não rezar, embora não consigamos a perfeição total, desde que não seja por nossa culpa.
e) – Rezar o Rosário, segundo o costume geral, sem acrescentar nem intercalar orações que habitualmente não fazem parte integrante dele. No Brasil, além dos 20 Mistérios, com 1 Pai-Nosso, 10 Ave-Marias e 1 Glória-ao-Pai, é costume recitar no fim de cada Glória uma ou duas jaculatórias. Não se deve sobrecarregar cada mistério com muitas jaculatórias.
3 – Há obrigação de dizer o Glória-ao-Pai e acrescentar a Salve-Rainha e a Ladainha de Nossa Senhora?
O costume universal da Igreja introduziu o Glória-ao-Pai que se não rezava ao princípio. Não se deve omitir, ainda que se reze o terço pelos defuntos, podendo acrescentar a jaculatória: «Dai-lhes, Senhor, o eterno descanso, entre os resplendores da luz perpétua. Descansem em paz. Amém».
A Salve-Rainha e a Ladainha de Nossa Senhora costumam universalmente acrescentar-se quando o Terço é rezado em público. Recomenda-se que cada associado do Rosário Perpétuo e Vivo assim proceda.
4 – Que Mistérios se devem contemplar quando se reza apenas um Terço do Rosário?
Podem contemplar-se ou meditar-se os Mistérios que mais preferirmos. É, porém, costume meditar os gozosos nas segundas e sábados, os luminosos nas quintas feiras; os dolorosos nas terças e sextas feiras de cada semana; e os gloriosos nas quartas e domingos.
Quando nalguma festa se celebra algum Mistério do Rosário, é mais conveniente rezar os da série a que pertence o referido Mistério. Assim, no dia da Páscoa os gloriosos e no dia da Ascensão; no dia da Anunciação os gozosos, e no dia da Senhora das Dores os dolorosos, etc,. etc.